Kanoja Sati é o nome dado aos Asháninka que vivem nas alturas da Cordilheira de Vilcabamba, vale do rio Ene, Selva Central do Peru. As partes altas desta cordilheira foi historicamente o refugio deste povo para escapar da caça de escravos, que começou no ciclo da borracha e permaneceu até 1970, e mais tarde ao fugir da violência instaurada pelo grupo guerrilheiro Sendero Luminoso, no final dos anos 80, com remanescentes até hoje.
Pela inacessibilidade desse território, muitas famílias ainda se mantém isoladas, buscando o kametsa asaike, (viver bem em Asháninka) – sua filosofia política – nesse vale que é ainda o maior produtor de pasta base de cocaína do mundo, controlado por grupos narcoterroristas.
O antropólogo Pedro Alex Viana, que estuda os Asháninkas há 5 anos, e o fotógrafo André Dib, percorreram, durante 15 dias, os caminhos mais intrincados da floresta, em trilhas indígenas de difícil acesso, em busca das ultimas famílias que vivem em isolamento.
Com o apoio de um guia tradutor Asháninka, tiveram a oportunidade de conviver e aprender um pouco com eles, além de entrevista-los, fotografa-los e iniciar um diagnóstico sobre os riscos e a violência que os circundam. (Texto: Pedro Alex Viana – Fotos: André Dib)